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Qualquer profissional pode ser um Mentor de Negócios?

Empreendedorismo no Brasil não é fenômeno recente. O Brasil figura entre os três países mais empreendedores do mundo. Mas apenas a partir de 2008 é que começa a tomar impulso, de maneira estruturada e organizada, um ecossistema com foco em desenvolvimento de negócios, principalmente motivado pelas novas descobertas em tecnologias da informação e comunicação.
Embora atrasados em relação a países como Estados Unidos, Reino Unido, Israel e, até, Portugal, o novo movimento empreendedor começa timidamente a partir da promulgação da Lei do Bem, em 2005, impulsionada posteriormente com a crise de 2008 e a necessidade de o Brasil entrar para o grupo de exportadores de tecnologia, além do de commodities.
Cristalizando a ideia de que o país pode ter um ecossistema de fato, a partir de 2010 o movimento de aceleração também chega ao Brasil, trazendo importantes players internacionais como Rocket Internet e Aceleratech, e as nacionais Aceleradora, OutSourceBrazil, 21212, StartYouUp, entre outras, e o fenômeno começa a se espalhar a nível nacional. Em seguida, chegam os primeiros eventos de ignição tipo Startup Weekend; SEBRAEs regionais começam a criar seus segmentos de apoio a startups; intensificam-se a criação e implantação de polos científicos e tecnológicos em regiões estratégicas; dinheiro público via FINEP e FAPs começa a irrigar editais locais, estaduais e nacionais, como StartupBR e StartupRIO; as universidades incorporam programas de educação empreendedora em suas estruturas curriculares e empresas como Microsoft, Google, Facebook e outras chegam ao país para explorar o potencial criativo e inovador do brasileiro.
Tremenda tsunami se tornou esse movimento. Apesar disso, os indicadores de mortalidade das empresas nos três primeiros anos melhoraram pouco. Movimentos de qualificação de processos, conduzidos pela ANPROTEC, com o protocolo CERNE, também vêm na hora certa, para melhorar o resultado das incubadoras tecnológicas e de negócios espalhadas pelo Brasil.
Apesar de todo esse movimento, em sete anos do novo ecossistema brasileiro de empreendedorismo, inovação e investimento de risco pouco ou nada se fez em termos de mentoria. Mas isso está mudando.
Será que qualquer pessoa pode ser um Mentor de Negócios? Para a Associação Brasileira dos Mentores de Negócios – ABMEN qualquer profissional pode se candidatar a ser um Mentor de Negócios. Experiência de vida, profissional e empreendedora, bom senso, conhecimentos aplicados, habilidade de comunicação e uma rede de relacionamentos relevantes para o ambiente empresarial são alguns dos requisitos. O resto é a vontade de aprender e se aperfeiçoar.
A ABMEN define como mentor de negócios o profissional que possua conhecimento profissional e teórico e experiência em uma ou mais áreas do conhecimento e cujo objetivo é guiar, aconselhar e inspirar os empreendedores/empresários/executivos para que o negócio se desenvolva e obtenha sucesso mais rapidamente, ao adotar as boas práticas e evitar os erros comuns. Para levar o empreendimento mais rápido aos objetivos, o mentor de negócios utiliza metodologia adequada e oferece a sua rede de relacionamentos para apoiar o empreendimento em todos os aspectos do seu desenvolvimento, principalmente, na validação, aquisição de clientes e obtenção de investimentos. Para alcançar os objetivos dos mentorados, o mentor de negócios pode utilizar alguns métodos e técnicas de desenvolvimento humano para apoiar o processo. Vale lembrar que o mentor de negócios tem seu sucesso avaliado pelo sucesso do negócio e não dos indivíduos que estão envolvidos com a gestão do negócio, podendo inclusive apoiar o processo decisório que culmine na demissão de um gestor ou mudança dos sócios.
Assim, se alguém que postule atuar como mentor de negócios, com ou sem fins lucrativos, mesmo que não tenha experiência e bagagem, pode se capacitar através da ABMEN e ir adquirindo a experiência necessária para assumir desafios de mentoria de negócios cada vez mais complexos.

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